À medida que o comércio B2B evolui, a linha que separa as experiências empresariais e de consumo torna-se mais ténue.
Um estudo encomendado pela Forrester revelou que 73% dos compradores B2B esperam ter uma experiência online semelhante à que têm no B2C, desde stock em tempo real a encomendas repetidas de um clique.
No entanto, muitos comerciantes enfrentam dificuldades com plataformas legadas que são pesadas e pouco intuitivas, onde os processos manuais e stacks tecnológicas sobrecarregadas limitam as oportunidades de crescimento.
Vamos explorar as mudanças no comércio B2B, porque é que a divisão tradicional entre B2B e B2C pode ser mais artificial do que pensávamos, e o que é necessário para alcançar o sucesso em ambos os mercados.
Qual é a diferença entre e-commerce B2B e B2C?
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B2B (Business-to-Business) |
B2C (Business-to-Consumer) |
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Público-alvo |
Empresas específicas e funções profissionais. |
Consumidores individuais e grupos demográficos amplos. |
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Preço e valor da encomenda |
Encomendas de elevado valor; preços negociáveis. |
Encomendas de menor valor com preços fixos e listados. |
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Tomada de decisão |
Múltiplas partes interessadas, ciclo de vendas longo e complexo. |
A tomada de decisão é individual, ciclo de vendas curto e simples. |
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Motivação de compra |
Orientada pela lógica, necessidades empresariais e ROI. |
Orientada pela emoção, desejos e necessidades pessoais. |
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Mensagens e conteúdo |
Foco em especificações do produto, dados e ROI. |
Foco em benefícios, estilo de vida e apelo emocional. |
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Opções de pagamento |
Ordens de compra, transferências bancárias e condições de crédito. |
Cartões de crédito/débito e carteiras digitais. |
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Retenção e relacionamento |
Parcerias de longo prazo com encomendas repetidas, frequentes e volumosas. |
Criação de fidelidade à marca para compras repetidas individuais. |
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Estratégia de marketing |
Foco nos relacionamentos e geração de leads direcionada. |
Foco na notoriedade de marca mais ampla e conversões. |
O que é o e-commerce B2B?
O e-commerce B2B (business-to-business) ocorre quando as empresas vendem produtos ou serviços diretamente a outras empresas por meio de plataformas online. As empresas B2B incluem grossistas, fabricantes e distribuidores que vendem a retalhistas ou a outras empresas.
As marcas que usam a funcionalidade B2B da Shopify conseguem até 3,2 vezes mais encomendas repetidas do que nas vendas D2C. Isto reflete o maior volume e frequência típicos das transações B2B.
Dimensão do mercado B2B e tendências de crescimento
As regras do jogo estão a mudar para as vendas B2B em todos os setores (incluindo áreas como a construção e a indústria) e nota-se uma migração para o mundo online. Projeta-se que o mercado global cresça aproximadamente 61,9 mil milhões de dólares até 2030.
Agora, os clientes B2B esperam fazer compras online tal como fazem na Amazon. Exigem uma experiência online fácil e de self-service e sentem-se confortáveis a fazer encomendas de grande valor, mesmo superiores a 500 000 dólares.
O e-commerce já gera mais de um terço da receita dos vendedores que satisfazem esta procura. Com os marketplaces B2B a crescer mais rapidamente do que qualquer outro canal digital, a mensagem é clara: os seus clientes estão online e esperam encontrar lá a sua marca.
Crie a sua loja B2B na mesma plataforma que alimenta o seu site D2C.
O que é o e-commerce B2C?
O e-commerce B2C (business-to-consumer) refere-se a empresas que vendem produtos ou serviços diretamente aos consumidores individuais online. Isto inclui sites de retalho, aplicações móveis e comércio nas redes sociais, onde o cliente final é uma pessoa que compra algo para si ou para oferecer. No geral, o B2C é mais direto e centrado nas compras individuais.
Aceleração da transformação digital B2C
O e-commerce B2C continua a bater recordes ano após ano. Em 2025, pela primeira vez, as vendas online representaram quase 21% do retalho global.
Agora a loja cabe nos bolsos dos compradores, e prevê-se que as vendas aos utilizadores móveis gerem 60% de todas as vendas de e-commerce até 2026. Mesmo com os preços online a descer durante 34 meses consecutivos (uma queda de 2,1% em junho de 2025 face ao ano anterior), a procura dos consumidores continua firme. Eventos importantes como a Black Friday e a Cyber Monday continuaram a bater recordes (11,5 mil milhões de dólares em vendas na Shopify), um aumento de 24% face ao ano anterior.
14 diferenças fundamentais B2B vs. B2C para e-commerce
O e-commerce B2B difere do B2C das seguintes formas:
- Mercado total
- Dimensão e frequência das encomendas
- Relacionamentos com clientes e gestão de contas
- Ciclos de vendas e cronogramas de decisão
- Psicologia e motivações de compra
- Modelos de preços e negociação
- Condições e métodos de pagamento
- Retenção e encomendas repetidas
- Canais de marketing e aquisição
- Necessidades de apoio ao cliente
- Requisitos regulamentares e de conformidade
- Necessidades de plataforma e integração
- Valor vitalício do cliente (CLV)
- Expectativas de envio e fulfillment
1. Mercado total
Uma das grandes diferenças entre o B2C e o B2B é o tamanho do público. As marcas B2C, normalmente, optam por um grupo de pessoas bastante definido — adeptos de desporto, mães preocupadas com exercício físico, millennials interessados em música ou crianças no geral.
Trata-se de grupos demográficos e psicográficos amplos, cada um dos quais requer o seu próprio mapa da jornada do cliente:

"A maior diferença entre o B2B e o B2C é o seu público-alvo e a dimensão desse público-alvo", afirma Brad Hall, cofundador e CEO da SONU Sleep. "Por exemplo, o B2C apela mais às massas e a uma demografia mais vasta de pessoas com gostos, aversões e hábitos de compra diferentes. Já o B2B, por outro lado, foca-se num público mais pequeno que normalmente partilha um objetivo comum e, portanto, estratégias de vendas e marketing mais personalizadas. No entanto, a vantagem do B2C é que há muito mais peixes para pescar e, quando um não morde, mordem os outros.".
Os públicos de e-commerce B2B são muito mais restritos. Normalmente, existe um número reduzido de potenciais clientes, com perfis bem definidos. Por exemplo, pode direcionar-se apenas a marcas B2B, geridas por proprietários de agências de publicidade, ou a diretores financeiros de startups tecnológicas.
2. Dimensão e frequência das encomendas
Talvez uma empresa de e-commerce B2C precise de chegar (e vender) a centenas de milhares de pessoas para atingir o seu primeiro milhão em vendas, pois provavelmente está a vender produtos a um preço mais baixo. No e-commerce B2B, é comum as marcas terem menos de algumas centenas de clientes, e ainda assim gerarem milhões (quiçá milhares de milhões) de euros em receita.
Ter valores médios de encomenda (AOV) elevados ajuda a alavancar o seu negócio de B2B. A fundadora Maria Boustead afirma que no site B2C da Po Campo, "A maioria das pessoas compra apenas uma ou duas coisas. No B2B, os retalhistas encomendam entre 15 a 25 artigos de uma só vez.".
Claro que há sempre exceções, como: produtos B2B que custam apenas 20 euros e produtos B2C que custam 15 000 euros. Mas na maioria dos sectores, as compras de e-commerce B2B têm um preço muito mais elevado.
As compras de e-commerce B2B também costumam envolver negociação de preços, ao passo que, os clientes B2C, normalmente, pagam o preço listado no site (a menos que esteja a fazer uma promoção). Os clientes B2B usam as encomendas de maior dimensão como moeda de troca. Os grossistas obtêm descontos por volume. Quanto mais compram, mais barato fica cada unidade.
Irá precisar de uma plataforma de e-commerce como a Shopify para distinguir entre os dois. As empresas Shopify podem apresentar duas lojas online — uma para B2C e outra protegida por palavra-passe para clientes B2B — para gerir estas diferenças de preços, sem investir em dois back-ends.

Como afirma Michael Martocci, fundador da SwagUp, "Isto pode fazer com que as empresas B2B invistam mais nas vendas e marketing para adquirir e expandir a sua base de clientes, face a uma empresa B2C que tem valores de carrinho que não justificam esses investimentos.".
3. Relacionamentos com clientes e gestão de contas
O B2B e B2C são modelos de negócio diferentes. O B2C é uma relação de 1:1 focada na identidade e lealdade do comprador por meio de conteúdo personalizado e recompensas.
Alguns desses elementos transferem-se para o B2B, mas está a gerir o relacionamento com uma empresa inteira, e não com um comprador único. Ter uma plataforma B2B com hierarquias de contas, funções de utilizador e fluxos de aprovação é fundamental para o sucesso.
Com a Shopify, pode criar perfis de empresa por localizações, cada um com as suas próprias definições, incluindo condições de pagamento específicas, catálogos, isenções fiscais e opções de check-out. As contas de clientes B2B permitem aos compradores iniciar sessão, usar números de ordem de compra, fazer encomendas repetidas com facilidade e gerir as suas próprias devoluções.
4. Ciclos de vendas e cronogramas de decisão
Eis como soa um comprador B2C quando está pronto para comprar: Plim. Plim. Plim.
Eis como soa um comprador B2B: "Ok, quero apresentar isto ao meu gestor, que irá partilhá-lo com a equipa de direção sénior e envolverá os departamentos de finanças e jurídico. Será que devíamos também consultar a equipa de marketing?".
Quando o livro The Challenger Customer foi publicado em 2015, estavam envolvidas uma média de 5 a 4 partes no processo de vendas B2B dito habitual — e esse número subiu desde então para 6 e 10. Além disso, os autores deste livro (de leitura obrigatória para profissionais B2B) encontraram uma correlação clara entre a dimensão das equipas de compra e a probabilidade de uma venda ser bem-sucedida.
Eis, talvez, o ponto mais importante a reter: o seu conteúdo (a sua página "Sobre nós", páginas de produtos, PDFs, vídeos de demonstração, apresentações, catálogos, etc.) vai ser partilhado com pelo menos seis decisores dentro da organização.
Mas o que é que isto significa para a sua operação B2B? Primeiro, precisa de investir tanto na criação de uma experiência de utilizador de excelência como as marcas B2C fazem. Desde o conteúdo partilhável, que demonstra como os clientes empresariais podem revender os seus produtos, até ao apoio ao cliente pós-compra, a decisão de compra das empresas difere significativamente da dos consumidores individuais.
Esta diferença fundamental entre o e-commerce B2B e B2C também significa que precisa de garantir que, quando alguém visita o seu site, encontra razões para confiar na sua marca e que esta é a melhor solução para o seu problema. É por isso que é crucial otimizar a sua experiência de utilizador e comunicar claramente a história da sua marca.
"Na maioria das vezes, as transações de e-commerce B2C têm um processo de compra de etapa única que resulta num ciclo de vendas mais curto. Para as transações B2B, o processo de compra é quase sempre concluído em várias etapas e envolve mais comunicação do que um B2C. Isto resulta num ciclo de vendas mais longo no geral", afirma Kevin Callahan, cofundador da Flatline Van Co.
5. Psicologia e motivações de compra
Os clientes individuais compram produtos para si. Embora não queiram que nenhuma compra seja um desperdício de dinheiro, a tomada de decisão de compra de um cliente individual é muito mais fácil. Já as compras B2B, são encomendas de múltiplas unidades que precisam de ser revendidas e lucrativas. A pressão para tomar uma decisão certeira é muito maior.
Como afirma Brian Folmer, fundador da FirstLook, "Os clientes B2C compram, de forma rotineira, todo o tipo de produtos, testam-nos constantemente e, no meu caso, compram por impulso. As emoções são um ponto-chave na tomada de decisão. Como é que esta marca me faz sentir? Apoio a sua missão?".
No entanto, Brian afirma que o processo de pensamento por trás de uma compra muda no B2B: "Os clientes B2B, por outro lado, compram com um propósito em mente. Não há tantas compras do tipo 'Isto é divertido'. Nesse sentido, uma empresa que faz uma compra, normalmente, considera uma de duas coisas: isto vai fazer-nos ganhar mais dinheiro ou ajudar-nos a poupar dinheiro? É um pouco mais rudimentar em comparação aos compradores B2C, embora as compras sejam, regra geral, muito mais caras, razão pela qual tentam deixar a emoção de fora.".
Tal como no marketing B2C, tem de provar o valor do seu produto. A principal diferença (no e-commerce B2B) resume-se a provar o valor de revenda do seu inventário (taxas elevadas de sell-through, boas margens de lucro ou lealdade à marca), em vez dos benefícios para o consumidor final.
6. Modelos de preços e negociação
A estratégia de preços é mais direta no B2C: o preço exibido é o preço a pagar. O preço é público e os descontos, normalmente, estão ligados a promoções sensíveis ao tempo disponíveis para todos.
A definição de preços B2B é um mundo completamente diferente assente em relacionamentos, volume e negociação. Os preços B2B raramente são públicos. É uma mistura complexa de listas de preços específicas de contrato, descontos por níveis, preços baseados no volume e orçamentos negociados individualmente.
O B2B da Shopify permite-lhe atribuir catálogos e listas de preços personalizados a empresas, para que cada cliente veja apenas os seus preços específicos. Também pode definir quebras de preço com base no volume e impor regras de quantidade como mínimos, máximos e incrementos.

7. Condições e métodos de pagamento
As operações de e-commerce B2B e B2C partilham um objetivo comum: serem pagas pelos produtos que vendem online. Mas a forma como os clientes preferem pagar por esses bens difere com base no tipo de cliente que são.
Os métodos de pagamento mais populares para consumidores B2C são:
- Carteiras digitais.
- Cartões de crédito.
- Cartões de débito.
Quando os compradores B2B fazem encomendas online, no entanto, o processo de check-out é fundamentalmente diferente. As empresas optam frequentemente por métodos de pagamento B2B alternativos, como transferências bancárias, e modelos de compre agora, pague depois — como os pagamentos a 15, 30 ou 60 dias — para pagar o inventário após a venda do mesmo.
Personalize as condições de pagamento para compradores B2B no seu admin Shopify.
A Shopify é uma plataforma de e-commerce B2B que lhe permite aceitar métodos de pagamento B2B sem criar uma loja totalmente nova. Obtenha acesso ao Checkout B2B, que permite aos clientes empresariais visualizar informações específicas da empresa — como condições de pagamento, método de pagamento preferido e descontos grossistas — sempre que fazem uma nova encomenda.
8. Retenção e encomendas repetidas
O e-commerce B2B tem a vantagem da retenção por defeito. Ao contrário dos clientes B2C que não reabastecem artigos até terem usado um produto (e desde que tenham gostado), os compradores B2B costumam precisar de um fornecimento constante de inventário para revenda nas suas próprias lojas.
Bernie Schott, proprietário e CEO da REECH, afirma: "Os clientes REECH normalmente compram um tapete de ioga a cada um ou dois anos no máximo, mas um estúdio que tem tapetes REECH em stock normalmente compra 10 a cada dois meses.".
Aproveite esta vantagem com uma equipa de vendas B2B que prioriza a prestação de um excelente serviço ao cliente. Estabeleça parcerias e baseie as suas estratégias de marketing em tendências futuras ou em demonstrações de novos produtos que esteja prestes a lançar.
Atualmente, os compradores preferem uma abordagem self-service, use uma plataforma de e-commerce B2B que facilite fazer encomendas repetidas. Com a Shopify, os clientes podem iniciar sessão num perfil de empresa para visualizar encomendas anteriores, condições de pagamento e descontos grossistas. E são capazes de reabastecer o seu próprio stock em apenas alguns cliques.

9. Canais de marketing e aquisição
O marketing para empresas é fundamentalmente diferente do marketing para consumidores, embora ambos aconteçam online.
O marketing B2B centra-se em criar relacionamentos de longo prazo e em demonstrar valor ao longo do tempo. A sua plataforma de e-commerce B2B pode impulsionar ou correr as suas campanhas de marketing. As marcas que aproveitam o B2B na Shopify registam um aumento de até 50% na frequência de encomendas repetidas face a outros métodos de venda B2B.
O marketing B2C move-se a um ritmo muito mais rápido e numa dimensão maior. As Shop Campaigns ajudaram as marcas a adquirir mais de um milhão de novos clientes, com 50% das marcas a obter a sua primeira encomenda dentro de 48 horas após a criação da campanha. Esta taxa de conversão rápida destaca a natureza mais imediata do marketing de consumo.
Algumas outras diferenças nas abordagens de marketing incluem:
- Investimento e retornos: o marketing B2B envolve custos iniciais mais elevados, mas gera relacionamentos de longo prazo, enquanto o B2C requer investimentos iniciais menores com uma renovação constante.
- Estratégia de conteúdo: o conteúdo B2B tende a ser mais técnico e focado em soluções, ao passo que, o conteúdo B2C enfatiza o estilo de vida e os benefícios emocionais.
- Ciclo de vendas: o B2B envolve múltiplos pontos de contacto e partes interessadas, enquanto o B2C normalmente apresenta um caminho mais curto e direto para a compra.
Tanto as marcas B2B como B2C estão a diversificar para além dos anúncios, com novas abordagens como:
- Colaborações de marca.
- Parcerias com influencers.
- Cooperativas de dados que permitem aos comerciantes partilhar os seus insights.
- Programas de referência de clientes.
- Parcerias de retalho.
A aquisição também já não está isolada — as marcas estão a tratar a aquisição e a retenção como atividades profundamente interligadas. Por exemplo:
- Personalizar toda a jornada do cliente desde a descoberta até ao pós-compra.
- Criar experiências especiais para os clientes com base na forma como descobriram a marca.
- Criar programas de subscrição self-service personalizados para canais de aquisição.
10. Necessidades de apoio ao cliente
A maior diferença no apoio ao cliente resume-se à dicotomia entre profundidade e velocidade. O apoio B2C é criado para resoluções rápidas, 24/7, onde os consumidores esperam ter respostas instantâneas de ferramentas alimentadas por IA. O apoio B2B é mais direcionado, oferecendo orientação profunda e especializada a várias partes interessadas ao longo de um processo de compra muito mais longo e complexo.
No B2B, os compradores esperam um nível de parceria robusto, mas mais de 80% acabam insatisfeitos com o fornecedor escolhido. Para responder a esta necessidade o ideal é criar um portal de self-service.
Os compradores B2B exigem agora a capacidade de completar tarefas por conta própria, tornando o self-service em cada fase da jornada obrigatório, e não algo opcional. À medida que os compradores vão ficando mais confortáveis com as compras online de grande dimensão e de self-service, espera-se que os vendedores dinamizem as suas bases de conhecimento e portais de clientes em conformidade.
11. Requisitos regulamentares e de conformidade
Todas as empresas de e-commerce têm requisitos básicos de privacidade e segurança, mas os vendedores B2B enfrentam camadas adicionais de complexidade.
No mínimo, quase todos devem cumprir com:
- Leis de privacidade: isto inclui o RGPD para o processamento de dados de residentes na UE. A transferência de dados além-fronteiras, como da UE para os EUA, requer proteções "essencialmente equivalentes" sob regras clarificadas pela decisão de Schrems II.
- Segurança de pagamentos: a norma PCI DSS v4.0 introduziu novos requisitos que entraram em vigor a 31 de março de 2025, impactou fluxos de pagamento e responsabilidades de fornecedores com todos os vendedores online.
Porém, a maior diferença do B2B é em áreas como os impostos e a faturação. A iniciativa IVA na Era Digital (ViDA) da UE, por exemplo, está a introduzir mandatos faseados para relatórios digitais e faturação eletrónica para vendas B2B transfronteiriças, com marcos importantes para 2030.
A conclusão é que as marcas B2B devem gerir estas obrigações em camadas, como acordos contratuais de nível de serviço (SLAs) e mandatos de faturação eletrónica, além disso, devem seguir as regras padrão de privacidade e pagamento que regem o comércio B2C.
12. Necessidades da plataforma e integração
Uma plataforma B2C liga uma loja online a sistemas de pagamento e fulfillment. Uma plataforma B2B atua como um núcleo que se integra profundamente com uma teia complexa de sistemas empresariais.
Para o B2B, é essencial fazer a ligação a sistemas centrais como gestão de recursos empresariais (ERP), gestão de informação de produtos (PIM), configurar, precificar, orçamentar (CPQ) e gestão de relacionamento com o cliente (CRM). As plataformas B2B também devem suportar fluxos de trabalho de eprocurement, como capacidades de punchout que permitem que o carrinho de compras de um cliente seja passado diretamente para o seu próprio sistema de procurement, como o Coupa, para aprovação.
Além disso, um volume enorme de vendas B2B, especialmente na UE, ainda flui através de mensagens tipo EDI, pelo que uma plataforma de comércio B2B também deve coexistir com estes sistemas de encomendas automatizadas.
É por isso que os sistemas como o PIM (para gerir dados complexos de produtos) e o CPQ (para configurar orçamentos e preços complexos) são mais comuns em stacks B2B. Eis um padrão típico de integração B2B:
- Os preços contratuais únicos de um cliente são extraídos de um ERP via API.
- Os preços e opções de produtos são configurados com uma ferramenta CPQ no site.
- O carrinho final é enviado de volta para o sistema Ariba do cliente via punchout.
- A confirmação final da encomenda é enviada via EDI.
Fazer tudo isto funcionar requer uma arquitetura moderna, API-first e composable que possa tratar do mapeamento de dados complexo e fluxos de trabalho essenciais ao comércio B2B.
13. Valor vitalício do cliente
A forma como mede e aumenta o valor vitalício do cliente (CLV) é diferente em B2B e B2C. O comércio B2C centra-se em processos de compra rápidos e simplificados, e o B2B centra-se em criar um valor profundo e a longo prazo com um conjunto de relacionamentos menores e de alto risco.
No B2B, trabalha com menos clientes, porém com valores contratuais mais elevados e prazos mais longos. Normalmente, uma empresa B2B média, aumenta a sua receita através da sua base de clientes existente fazendo uso de renovações e upsells.
O comportamento do cliente B2C é muito mais irregular. A taxa de compra repetida para uma loja de e-commerce ronda apenas os 15% e 30%, dependendo da categoria.
14. Expectativas de envio e fulfillment
Para os clientes B2C, tem de primar por facultar uma entrega gratuita e rápida. O envio gratuito é uma prioridade máxima para 81% dos consumidores, superando o envio rápido em 68%. As opções omnicanal também estão a tornar-se mais populares.
O fulfillment B2B opera num conjunto diferente de regras onde a fiabilidade é mais importante do que a velocidade ou o custo. Os compradores dependem de janelas de entrega definidas e acordos formais de nível de serviço para gerir as suas próprias operações.
Os envios devem alinhar-se com as necessidades empresariais do comprador, como chegar a uma doca durante horas específicas. A comunicação também é mais automatizada, para se ajustar ao processo de procurement do cliente, além disso, faz uso de ferramentas como avisos de envio antecipados (ASNs) e atualizações de estado EDI.
A ascensão dos modelos híbridos B2B/B2C
Há cada vez mais marcas de retalho a adotar modelos híbridos para expandir o seu alcance, possuir o relacionamento com o cliente e operar de forma mais eficiente. Esta abordagem, alimentada por uma plataforma de comércio unificado, permite que uma única marca gira múltiplos movimentos de vendas a partir de um hub central.
Modelos de negócio B2B2C
O B2B2C é quando uma marca vende a um parceiro empresarial como um retalhista ou marketplace, que depois vende ao consumidor final. Ao contrário do modelo tradicional de venda por grosso, permite que tanto a marca como o parceiro interajam com o cliente, dando à marca mais controlo sobre a experiência e acesso a dados valiosos.
A funcionalidade B2B nativa da Shopify foi criada para isto. Permite que as marcas executem os seus negócios grossistas e DTC a partir de um único admin, fazendo uso de recursos como catálogos específicos da empresa, listas de preços personalizadas e condições de pagamento flexíveis para atender a diferentes tipos de parceiros. Ademais, a marca consegue manter um sistema unificado de produtos e encomendas.
As marcas que aproveitam o B2B da Shopify estão a ver resultados:
- A Tony's Chocolonely unificou os seus canais D2C, B2B e de revendedor numa única criação Shopify, obteve um site 2,5 vezes mais rápido e crescimento na ordem dos dois dígitos, incluindo um aumento de 70% nos EUA.
- A WHO IS ELIJAH gere os seus canais B2B e D2C juntos na Shopify, alcançou 400% de crescimento de receita D2C e 50% de crescimento em B2B internacional.
Expansão D2C para as marcas B2B
Verifica-se um aumento no número de marcas B2B que estão a investir em canais diretos ao consumidor. Apostar no D2C permite-lhes obter feedback mais rápido sobre os produtos, recolher dados valiosos de first-party e aumentar as margens de lucro.
Com a Shopify, uma marca B2B pode lançar rapidamente uma loja D2C e usar o Shopify Payments e Shopify Markets para fazer a localização, mantendo as suas operações grossistas a funcionar sem atritos no mesmo admin.
A Molson Coors, por exemplo, lançou uma loja D2C na Shopify em apenas 10 dias. Tal permitiu-lhes oferecer entrega e recolha local, e registaram um aumento de 188% nas vendas mês após mês (mesmo após o lançamento).
"A experiência do consumidor Ship and Sip permitiu que a equipa da Molson Coors se envolvesse nas experiências de marca em tempo real com os consumidores nas suas casas ou na nossa cervejaria", afirma Erin Radford, gestora de marketing da Molson Coors Beverage Company.
"Com plataformas como a Shopify e com a colaboração diária do nosso parceiro Stream Commerce, estamos confiantes de que conseguiremos alcançar o nosso objetivo de receita no lançamento e concretizar, pela primeira vez, a transição para um espaço direto ao consumidor multimarcas.".
Joy Ghosh, o diretor de marca norte-americano, acrescenta: "Ao desenvolver o nosso serviço direto ao consumidor, conseguimos aumentar as vendas das nossas marcas icónicas. Mas, mais do que isso, ganhámos uma relação direta com os nossos clientes, o que nos permite adaptar-nos às suas necessidades à medida que aprendemos com eles.".
Plataformas de comércio unificado
O comércio unificado significa que todos os seus canais de vendas, operações e processos de back-end estão ligados a um único lugar. Pode usar estes dados para criar uma experiência de cliente consistente em todos os pontos de contacto, quer esteja a vender por grosso ou B2C.
Historicamente, muitos retalhistas abordaram isto de forma incorreta, tentando ligar sistemas separados (como uma plataforma POS para as lojas físicas e uma plataforma de e-commerce distinta para a loja online) através de integrações e middleware.
Atualmente, mais retalhistas estão a migrar para a verdadeira unificação, utilizando plataformas de comércio como a Shopify, onde tudo funciona numa plataforma única, com uma fonte central para todos os dados de produtos, encomendas e clientes.

As marcas que usam a stack unificada da Shopify reportam até 150% de crescimento GMV omnicanal e uma média de 22% de custo total de propriedade (TCO) mais baixo porque têm menos silos de dados para gerir.
Uma plataforma de comércio unificado também reduz os tempos de lançamento e os custos operacionais. Por exemplo, a Carrier agora lança sites globais em cerca de 30 dias por 100 000 dólares, uma melhoria avassaladora face ao seu cronograma anterior de 9 a 12 meses e até 2 milhões de dólares por site.
A Ruggable também poupou mais de 250 000 dólares e 6 000 horas anualmente ao consolidar as suas operações internacionais num único admin Shopify.
Ofereça B2B e B2C para e-commerce através de um único back-end
As diferenças entre e-commerce B2C e B2B são enormes. Terá de personalizar a experiência de compra com base em características comuns que cada cliente partilha.
Com B2B na Shopify, pode operar duas lojas online a partir do mesmo back-end — sem necessidade de trocar ferramentas ou software caro. Além disso, os dados da Shopify mostram que os comerciantes B2B registam um aumento de até 53% no GMV por comprador no seu primeiro ano na plataforma. Ademais, os perfis de clientes e metafields ajudam tanto os comerciantes B2B como B2C a criar experiências personalizadas que impulsionam o crescimento das vendas.
Perguntas frequentes sobre B2B vs. B2C para e-commerce
Qual é a diferença entre B2B e B2C para e-commerce?
O e-commerce B2B acontece entre empresas, por exemplo, um fabricante vende peças a uma fábrica. O e-commerce B2C é quando as empresas vendem diretamente aos compradores, por exemplo, quando compra roupa online. Estes dois modelos têm abordagens diferentes, uma vez que os negócios B2B envolvem frequentemente encomendas maiores e negociações mais longas, enquanto o B2C se foca em compras mais rápidas e simples.
A Amazon é B2B ou B2C?
A Amazon atua predominantemente como B2C através do seu marketplace de retalho, mas também opera no segmento B2B com a Amazon Business, dirigida a compradores empresariais e institucionais.
A Shopify é B2B ou B2C?
A Shopify é uma empresa B2B porque fornece ferramentas e serviços de e-commerce a empresas que querem vender online, em vez de vender diretamente aos consumidores. A plataforma da Shopify suporta empresas que vendem B2B, B2C e ambos.
A Sonae MC é uma empresa B2B ou B2C?
A Sonae MC opera predominantemente como retalhista B2C através das suas lojas físicas (como o Continente) e da sua plataforma online, vendendo diretamente a consumidores individuais. No entanto, também possui uma vertente B2B em crescimento, através de serviços e soluções destinados a empresas, como o fornecimento grossista e parcerias comerciais com negócios independentes.


