A venda à consignação é um modelo de negócio em que uma parte vende produtos em nome de outra, ou consignador, cobrando uma taxa ou comissão. Esta prática está a ganhar destaque no mundo do retalho, à medida que o mercado em segunda mão continua a crescer.
Se está a pensar vender à consignação ou em adicionar este modelo como uma nova fonte de receita ao seu negócio, temos tudo o que precisa. Este guia irá explicar-lhe tudo sobre a venda à consignação, desde como funciona até aos prós e contras.
O que é uma loja de venda à consignação?
A venda à consignação é um modelo de negócio onde uma loja (o consignatário) vende produtos em nome do seu proprietário (o consignador). Como consignador, fornece os seus produtos a uma loja, que se encarrega do resto: armazenamento, gestão de inventário e vendas. Em troca, a loja retira uma percentagem de cada venda (ou, por vezes, uma taxa fixa).
Produtos populares no mundo da venda à consignação
A venda à consignação funciona muito bem para produtos únicos, em segunda mão ou de nicho. Algumas categorias de produtos em alta incluem:
- Vestuário e calçado.
- Equipamento e material desportivo.
- Brinquedos e acessórios para bebés.
- Antiguidades e colecionáveis.
- Mobiliário.
- Instrumentos musicais.
- Arte.
- Joias.
Como funcionam as lojas de venda à consignação?
Pense nelas como os seus parceiros de vendas. Exibem os seus itens, promovem-nos a potenciais compradores e tratam de todos os detalhes da venda. Quando um item é vendido, ambos celebram e dividem os lucros de acordo com o que foi acordado.
Qual é a divisão habitual?
A maioria retira entre 40% a 60% do preço de venda. Lembre-se de que cada loja define os seus próprios termos. A divisão muitas vezes depende da reputação da marca da loja e do volume de vendas. Uma loja bem conhecida pode pedir uma percentagem maior, mas também pode vender os seus itens mais rapidamente.
O que pode consignar?
As lojas de venda à consignação estão sempre à procura de itens de qualidade e com procura. Mas lembre-se, o espaço é limitado e querem manter o inventário em movimento. Eis o que estas normalmente consideram ao aceitar itens:
- A sua especialidade: a maioria das lojas centra-se em nichos, linhas ou marcas específicas.
- Vendas rápidas: querem itens que se vendam com facilidade.
- Qualidade: algumas lojas só aceitam itens em ótimo estado, já outras podem aceitar peças que precisem de pequenos reparos.
- Atração sazonal: os consignatários inteligentes ajustam o inventário com base nos artigos com maior procura durante cada estação.
Quem detém os bens?
Aqui está um ponto importante: na maioria dos acordos de consignação, o proprietário dos bens detém a posse dos mesmos até à sua venda. Isto difere do retalho tradicional, onde as lojas compram o produto diretamente antes de o venderem aos clientes.
Vantagens da venda à consignação
A consignação oferece várias vantagens tanto para os consignadores como para os consignatários:
Prós para os consignadores
- Não há necessidade de ter uma loja física: quando vende à consignação, não precisa de criar anúncios em marketplaces ou de manter uma loja online.
- Marketing tratado: os negócios de venda à consignação desenvolvem as suas próprias audiências, por isso, evita a dor de cabeça de criar uma estratégia de marketing.
- Logística simplificada: os consignatários costumam tratar do envio e entrega, podendo até organizar a recolha dos seus itens.
Prós para os consignatários
- Fluxo de caixa melhorado: não precisa de pagar o inventário antecipadamente; quaisquer produtos que não se vendam podem ser devolvidos aos consignadores. Quando os itens são vendidos, pode fazer pagamentos nos seus próprios termos.
- Criar uma base de clientes fiel: desenvolva uma reputação que diga às pessoas que a sua loja é o sítio ideal para encontrar itens com procura e veja o número de clientes a aumentar.
Desafios a ter em conta
Embora a consignação tenha as suas vantagens, é importante considerar alguns potenciais inconvenientes:
Contras para os consignadores
- Taxas elevadas: pode ganhar menos do que ao vender diretamente aos compradores, uma vez que as lojas de consignação normalmente cobram comissões elevadas.
- Pagamento atrasado: prepare-se para concordar com termos de pagamento que podem incluir longas esperas pelo seu dinheiro.
- Interação limitada com o cliente: ao consignar, pode perder a oportunidade de recolher informações valiosas sobre os clientes ou dados de vendas.
Contras para os consignatários
- Incerteza de fornecimento: o negócio depende dos consignadores para ter um fluxo constante de inventário.
- Gestão de inventário complexa: precisa de ter espaço para armazenar, organizar e proteger as mercadorias potencialmente valiosas que não são suas.
Histórias de sucesso na venda à consignação
A venda à consignação é popular em várias indústrias, desde as casas de leilão a empresas de importação.
Vamos explorar algumas empresas que dominaram o modelo de venda à consignação:
Galerias de arte
As galerias de arte são exemplos clássicos de negócios de venda à consignação. Há artistas (consignadores) que confiam as suas obras às galerias (consignatários). As galerias exibem as obras, tratam do marketing e das vendas, e retiram uma comissão de cada venda. O artista mantém a propriedade da sua obra até que esta seja vendida.
Rebag
A Rebag está a revolucionar o mundo da venda à consignação de luxo. As suas funcionalidades flexíveis de compra e venda incluem pagamentos antecipados, trocas de itens e um esquema de revenda onde os compradores podem devolver produtos para obter créditos para a próxima compra.
The RealReal
A The RealReal é uma empresa online conhecidíssima de venda à consignação de bens de luxo. Aceitam uma ampla gama de itens de alta qualidade de consignadores, incluindo vestuário de marca, joias, relógios e decoração para a casa. O RealReal trata de tudo, desde acordos de venda à consignação até aos preços e vendas.
Venda à consignação no eBay
Embora o eBay seja conhecido pelas vendas entre pares, também oferece um serviço de venda à consignação para produtos selecionados, como malas de luxo. Os vendedores podem enviar os seus itens para a plataforma, que autentica, lista, vende e envia. Assim que um item é vendido, o consignador recebe uma parte dos lucros.
Como funcionam os pagamentos de vendas à consignação?
Este modelo oferece uma estrutura de pagamento vantajosa tanto para os vendedores como para as lojas. Eis como funciona um acordo típico de venda à consignação:
- Leve os seus itens para uma loja de venda à consignação.
- A loja concorda em vendê-los em seu nome.
- Ambos assinam um acordo que define os termos da venda.
Diferentemente do que acontece no retalho tradicional, a loja não compra os itens antecipadamente. Em vez disso, exibe e promove-os aos clientes. Ambos têm um interesse na venda.
Elementos-chave da estrutura de pagamento:
- Divisão de receitas: terá de concordar com uma divisão do preço de venda (por exemplo, 60% para si, 40% para a loja).
- Prazo de pagamento: normalmente, recebe a sua parte dentro de 30 dias após a venda.
Caso o item seja vendido, lucra com a venda e sem o incómodo de gerir uma loja, enquanto a loja lucra sem o risco de ter inventário que não vende. Se o item não for vendido normalmente não tem encargos e a loja devolve os seus itens.
O que significa "apenas à consignação"?
"Apenas à consignação" refere-se a um modelo de vendas único, onde mantém a propriedade do seu item até que este seja vendido. Confia os seus bens a uma loja ou plataforma (o consignatário) para que este os comercialize e venda em seu nome.
Este modelo é especialmente popular na indústria da moda, arte e antiguidades. Permite-lhe alcançar um público mais amplo sem abrir a sua própria loja, ao passo que os consignatários podem ser uma forma de oferecer um inventário diversificado sem o investimento inicial.
A venda à consignação é adequada para si?
Os números falam por si: a consignação está em ascensão:
- O mercado da roupa em segunda mão continua em ascensão, prevê-se que cresça 17,6% e que supere o mercado tradicional.
- O Relatório de Recommerce do eBay mostra que 70% dos consumidores globais planeia comprar bens usados este ano.
Os consumidores da geração Z e os millennials estão a impulsionar esta tendência, priorizando itens em segunda mão por razões económicas e ambientais. A consignação aproveita esta mudança, ao dar uma segunda vida aos produtos e reduzindo o desperdício.
Venda à consignação: uma solução flexível para os novos tempos
Tendo em conta as oscilações do mercado atual, tanto as pessoas como as empresas estão a recorrer à venda à consignação para gerar um rendimento extra ou para expandir as suas ofertas. Embora não seja uma solução única que dê para todos, a consignação pode ser uma excelente opção se:
- Não tem uma loja física.
- Quer testar novas linhas de produtos sem um grande investimento em inventário.
- Quer aproveitar o crescimento do mercado de peças em segunda mão.
Seja a vender roupa, bens de luxo ou outros itens, a venda à consignação oferece uma oportunidade promissora no mercado atual. É uma forma inteligente de se adaptar às preferências dos consumidores em mudança e potencialmente aumentar os seus lucros.
Perguntas frequentes sobre o que é uma loja de venda à consignação
Quais são os riscos associados a uma venda à consignação?
Vender à consignação pode ser lucrativo, todavia, há alguns inconvenientes com os quais se pode deparar. Os itens podem não vender tão rápido quanto deseja, ou podem danificar-se à responsabilidade da loja. Também pode ganhar menos do que o esperado se os preços de mercado mudarem.
Qual é a diferença de uma loja de venda à consignação e de uma de itens em segunda mão?
A grande diferença reside nos seus modelos de negócio. As lojas de venda à consignação são negócios com fins lucrativos que dividem a receita das vendas com os consignadores. Já as lojas de peças em segunda mão funcionam, muitas vezes, como organizações sem fins lucrativos e dependem de itens doados.
Qual é a diferença entre o retalho e a venda à consignação?
Num modelo de vendas assente no retalho tradicional, uma loja compra os itens e depois vende-os com uma margem de lucro. Nas vendas à consignação, a propriedade do produto continua a pertencer à pessoa que o detém, até que o item seja vendido, depois a receita é partilhada com a loja.
Posso recuperar os meus bens após os colocar numa loja de venda à consignação?
Claro. Como mantém a propriedade até à venda, pode pedir a devolução dos itens a qualquer momento, porém está sujeito aos termos do acordo feito com a loja. Assim que a venda é concluída, a propriedade do artigo passa diretamente para o comprador.
E se os meus artigos não forem vendidos numa loja de venda à consignação?
A maioria das lojas tem uma política para os artigos que não são vendidos. Ou devolvem, ou, com a sua autorização, doam-nos a instituições de solidariedade após um determinado período.
Como escolher a loja de venda à consignação certa para os meus artigos?
Pesquise. Analise o público-alvo da loja, os itens que aceitam e os respetivos termos. Pense em fatores como a localização, a reputação e a forma como avaliam os artigos semelhantes. Não hesite em fazer perguntas — um bom parceiro de consignação terá todo o gosto em explicar-lhe o processo.


