Na hora de planejar o layout da loja física, é importante estar acompanhado das diversas técnicas já desenvolvidas e comprovadas ao longo da história do varejo. A disposição das prateleiras e displays moldam a forma como seus clientes percebem o valor agregado e influenciam nas compras.
Projetar a organização espacial, comunicativa e experiencial do interior de lojas não é uma fórmula perfeita, mas possui princípios. Desde contar a história da marca e criar experiências de compra imersivas, a montar vitrines chamativas e distribuir estrategicamente placas e sinalizações, para o varejo, o segredo do sucesso está, de fato, nos pequenos detalhes.
Tomar decisões inteligentes em relação ao layout do seu estabelecimento faz toda a diferença no volume de vendas, desde o momento em que uma pessoa entra na sua loja até o momento em que ela se encaminha para o caixa.
Aqui você encontra dicas básicas para criar um layout de loja física que atraia mais clientes para seu PDV, incentivando-os a descobrir mais produtos e encher o carrinho.
O que é um layout de loja física no varejo?
O layout de loja física, conhecido também como layout de comércio varejista, é a forma como os comerciantes organizam gôndolas, prateleiras, displays e merchandising no espaço físico disponível. A organização do layout é um planejamento estratégico que influencia o trajeto do cliente dentro da loja, a visibilidade de certos produtos e categorias, e a experiência como um todo que afeta diretamente o volume de vendas.
A importância do layout de loja física
O layout de uma loja física de varejo pode influenciar se ela atrai clientes, quanto tempo eles permanecem, quais produtos têm a melhor taxa de sell-through (e quais não têm) e a probabilidade dos clientes retornarem à loja.
O layout da sua loja pode ajudar a alcançar os objetivos de merchandising ao guiar os visitantes pelo espaço e expor seus produtos, enquanto gerencia estímulos importantes que estimulam decisões de compra.
Um produto colocado próximo ao caixa atrairá mais atenção do que um posicionado logo na entrada. Afinal, é mais provável que um cliente veja o produto próximo ao caixa enquanto espera para pagar, ao passo que os itens posicionados perto da porta tendem a ser ignorados quando os clientes entram ou saem do estabelecimento.
Um layout de loja bem planejado pode aumentar as vendas ao organizar produtos estrategicamente, identificar “áreas quentes e frias”, otimizar o fluxo de clientes e melhorar a exposição. Essas ações influenciam diretamente a conversão, o tempo de permanência e o ticket médio dos consumidores.
10 ideias para layout de loja física
- Layout de loja em grade
- Layout espinha de peixe
- Layout em loop
- Layout de fluxo livre
- Layout boutique
- Layout reto ou espinha dorsal
- Layout angular
- Layout geométrico
- Layout diagonal
- Layout múltiplo ou misto
1. Layout de loja em grade
Em um layout de grade, as mercadorias são exibidas em longos corredores, o que maximiza a exposição dos produtos e minimiza os espaços vazios.
O layout em grade apresenta corredores longos com itens de destaque, muitos sinalizados com materiais de PDV, na parte da frente e itens básicos no fundo. As extremidades dos corredores são áreas nobres e muitas lojas utilizam recursos adicionais, como displays, para destacar ainda mais os produtos.
Se você já se perguntou por que o leite fica no fundo de um supermercado, é porque esse design força os clientes a passarem por uma variedade de itens de compra por impulso, tanto no caminho para o item que precisam na volta ao caixa.
Se a loja reúne categorias de produtos que não se relacionam diretamente — como shampoo e cartões comemorativos — vale considerar um layout que facilite a circulação e ajude o cliente a localizar rapidamente o que precisa.
O layout em grade cria “corredores” bem definidos que agrupam itens semelhantes e separam categorias distintas, o que reduz dúvidas sobre onde encontrar cada produto, especialmente em lojas com muitos SKUs, como supermercados e farmácias. Além disso, esse formato é familiar para o consumidor, tornando a navegação intuitiva e fluida.
Prós do layout em grade:
- Ideal para lojas com muitas mercadorias, especialmente quando os produtos são variados;
- Muita exposição aos produtos, pois o layout incentiva a circulação por vários corredores;
- Familiar para compradores;
- Corredores de 1,2 metros de largura ajudam a evitar que os clientes esbarrem uns nos outros;
- O fluxo de tráfego previsível significa que você pode colocar promoções onde sabe que os clientes passarão;
- Muitos fornecedores de infraestrutura, como estantes, estão disponíveis, pois esse layout é muito usado;
- As melhores práticas neste layout são bem pesquisadas e comprovadas.
Contras do layout em grade:
- Menos provável de criar um espaço de varejo experiencial;
- Os clientes podem ficar frustrados por não conseguirem atalhos para encontrar o que precisam;
- Os clientes podem não entender seus grupos de produtos, o que pode levar à frustração e a questionamentos (ou pior, à desistência);
- Poucas pausas visuais e muita mercadoria podem fazer com que os clientes se sintam sobrecarregados;
- Corredores apertados muitas vezes fazem com que os clientes esbarrem uns nos outros.
Algumas limitações desse formato podem ser minimizadas com escolhas inteligentes de design de interiores. Recursos como prateleiras mais baixas ajudam a ampliar a sensação de espaço, enquanto uma sinalização clara destaca a lógica de agrupamento dos produtos e facilita a orientação dos clientes.
2. Layout espinha de peixe
Se você acha que a grade pode ser melhor para suas mercadorias, mas tem um espaço físico muito longo e estreito, o layout espinha de peixe é uma opção a ser considerada.
Lanchonetes, pequenas lojas de ferragens e muitas pequenas bibliotecas comunitárias usam o layout espinha de peixe para encher um espaço pequeno com mercadorias. As vias laterais podem ser usadas para promoções, mas ao adicionar algumas pausas visuais acolhedoras nas áreas promocionais, você pode dar um respiro muito necessário a um espaço que, de outra forma, seria opressor.
As livrarias, por exemplo, usam o formato de espinha de peixe incentivando a permanência, colocando uma poltrona confortável no final, onde os compradores podem folhear os livros antes de decidirem comprar.
Grandes lojas no estilo armazém também recorrem ao layout espinha de peixe. Na IKEA, por exemplo, o percurso em loop característico dá lugar a esse formato na área de retirada, momento em que a intenção do cliente deixa de ser explorar e passa a focar diretamente na compra.
Prós do layout espinha de peixe:
- Adequado para lojas com muitos produtos, mas com espaço mínimo ou alongado;
- Este layout geralmente funciona bem para lojas do tipo armazém (ferragens e construção).
Contras do layout espinha de peixe:
- A visibilidade limitada pode aumentar as oportunidades de furto em lojas;
- Pode parecer apertado e os clientes esbarram facilmente uns nos outros.
Uma maneira de mitigar o risco de furtos, por exemplo, é colocar câmeras de segurança no final das vias laterais, já que a visibilidade do caixa provavelmente será limitada ou nenhuma.
3. Layout em loop
O layout de loja em loop, ou circuito fechado, torna os fluxos de tráfego relativamente previsíveis e cria um circuito que leva os clientes da frente da loja, passando por cada mercadoria, até a área de pagamento.
Os clientes são expostos à maioria das mercadorias dessa forma, mas o caminho é controlado, o que poderia ser frustrante dependendo do seu mercado, mas pode ser intuitivo se for cuidadosamente selecionado para o propósito apropriado.
No exemplo básico de layout em loop abaixo, o caminho branco indica o corredor principal por onde o fluxo de clientes acontece, enquanto a área central pode ser organizada com uma combinação de layouts menores que melhor se ajustem ao mix de produtos e ao espaço disponível.
A IKEA é um exemplo clássico de layout em loop levado ao limite. Quem já visitou um de seus armazéns provavelmente sentiu tanto os benefícios quanto as limitações desse formato, dependendo do objetivo da visita. Para quem deseja explorar, a experiência costuma ser agradável: o percurso conduz naturalmente pelos ambientes e os displays criativos inspiram ideias. Já para quem busca apenas alguns itens específicos, o trajeto pode parecer interminável — não por acaso, atrações de casas assombradas também recorrem ao layout em loop.
Ainda assim, esse formato não precisa ser cansativo quando aplicado de forma estratégica. Um bom exemplo são as lojas de presentes temporárias que acompanham exposições em museus, onde o loop funciona como extensão narrativa da mostra, criando continuidade e evitando a sensação de ruptura entre a exposição e o espaço de varejo.
Prós do layout em loop:
- Exposição máxima do produto;
- Padrão de tráfego mais previsível; mais fácil de colocar promoções e ter garantia de que serão vistas;
- Pode ser experiencial, quando a jornada faz sentido e o tempo gasto na loja não precisa ser breve.
Contras do layout em loop:
- Os clientes não podem circular à vontade;
- Pode desperdiçar o tempo de clientes que sabem o que procuram; eles podem evitar esta loja no futuro quando a intenção de compra for específica;
- Não é adequado para lojas que incentivam alta rotatividade ou vendem produtos que as pessoas precisam de pouco tempo para decidir antes de comprar.
4. Layout de fluxo livre
A filosofia de layout de fluxo livre é quase uma rejeição das demais. Com o fluxo livre, não há tentativa deliberada de forçar os clientes a passar por padrões de trânsito previsíveis: a perambulação é incentivada.
Portanto, com o fluxo livre, há menos regras, mas isso não significa que não existam: não se esqueça dos pontos em comum baseados no comportamento humano natural, como a power wall, onde os produtos de destaque são alocados considerando a provável virada à direita.
Layouts de fluxo livre bem projetados podem incentivar a navegação e as compras por impulso. Esse formato funciona especialmente bem para lojas com apelo mais criativo ou marcas de luxo que desejam colocar a experiência de compra no centro da estratégia.
No exemplo de layout de fluxo livre abaixo, elementos estruturais como sinalização externa, vitrine, percurso inicial e a power wall permanecem consistentes. A partir daí, porém, o espaço oferece ampla liberdade para composições visuais e arranjos criativos.
Prós do layout de fluxo livre:
- Ideal para espaços pequenos;
- Também funciona em áreas de layouts de loop e espinha de peixe;
- Cria mais espaço entre os produtos;
- Menos probabilidade de os clientes esbarrarem uns nos outros;
- Mais adequado para lojas de alto padrão, ou com menos mercadorias;
- Mais provável de criar um espaço de varejo experiencial.
Contras do layout de fluxo livre:
- Muitas vezes menos espaço para exibir produtos;
- É fácil esquecer que existem práticas recomendadas que ainda devem ser seguidas; quebrar as regras não escritas pode afastar as pessoas da sua loja;
- Pode ser confuso para os clientes.
5. Layout boutique
O layout de loja boutique, também conhecido como loja dentro da loja ou layout de alcova, é comumente usado por lojas especializadas. As mercadorias são separadas por marca ou categoria, incentivando os compradores a se envolverem com itens complementares em áreas designadas. Paredes, displays de produtos e acessórios dividem áreas e criam a sensação de pequenas lojas dentro de uma loja.
Se você trabalha com várias marcas, esse tipo de layout de loja de varejo é uma ótima maneira de usar o design do espaço físico para contar uma história sobre cada marca. Uma maneira de reduzir a probabilidade de os compradores não explorarem toda a loja é não fechar demais cada seção. Em vez de construir uma parede fixa, é possível usar prateleiras, mesas e araras para formar pequenas alcovas que permitam a circulação natural dos clientes, entrando e saindo desses espaços com facilidade.
Prós do layout boutique:
- Desperta a curiosidade dos compradores;
- Destaca diferentes marcas e categorias de produtos;
- Ajuda com merchandising e vendas cruzadas.
Contras do layout boutique:
- Pode limitar o espaço total de exibição para mercadorias;
- Os compradores podem não explorar toda a loja;
- Os clientes podem ficar confusos.
6. Layout reto ou espinha dorsal
Um design reto básico pode ajudar a atrair clientes para o fundo da loja, garantindo que todas as mercadorias em destaque sejam vistas. Isso é feito com sinalização, displays de produtos e mercadorias estrategicamente posicionadas para manter os clientes interessados e movendo-se pelo corredor principal da loja.
O layout de loja reto, ou layout de espinha dorsal, é fácil de planejar, eficaz e cria espaço para os clientes examinarem sua loja. Funciona bem para pequenos mercados, lojas de alimentos e grandes magazines que utilizam a espinha dorsal como corredor principal para conectar as diferentes seções de cada andar.
Prós do layout reto ou espinha dorsal:
- Os clientes têm maior probabilidade de chegar ao fundo da loja;
- Os compradores têm espaço para olhar ao redor;
- Permite espaço para exibir mercadorias.
Contras do layout reto ou espinha dorsal:
- Os compradores podem se mover rapidamente pelo corredor principal e as mercadorias na frente ou nas laterais da sua loja passarão despercebidas;
- Um corredor reto pode não se prestar tão bem à exploração e descoberta de novos produtos.
7. Layout diagonal
O layout diagonal incorpora corredores dispostos em ângulo para expor mais mercadorias aos clientes enquanto eles caminham pela loja. É uma variação do layout de grade e pode ajudar a guiar os compradores até o balcão de checkout.
Este layout de loja de varejo é útil para o gerenciamento de espaço, sendo uma boa opção para lojas com espaço limitado. Também incentiva mais circulação, já que os clientes podem circular facilmente pela loja e ver todos os seus produtos.
Prós do layout diagonal:
- Melhor circulação de clientes;
- Quando o caixa fica no centro da loja, o layout diagonal aumenta a visibilidade geral do espaço, permitindo uma visão mais ampla de todos os pontos de venda e contribuindo para maior segurança.
Contras do layout diagonal:
- Os compradores não podem pegar atalhos para produtos específicos;
- Corredores mais estreitos são comuns no layout diagonal do varejo.
8. Layout angular
Um nome mais adequado para esse tipo de layout seria “layout curvo”, já que, na prática, ele utiliza expositores arredondados, paredes sinuosas, cantos suaves e outros elementos que conduzem o fluxo de clientes de forma orgânica.
O layout curvo aposta em displays independentes e costuma transmitir a sensação de produtos de maior qualidade, o que o torna uma escolha eficaz para boutiques e varejistas de luxo.
Prós do layout angular:
- Cria um design de loja de varejo único;
- Eleva a experiência na loja.
Contras do layout angular:
- Displays arredondados eliminam o espaço de prateleira na parede;
- Menos estoque pode ser exibido.
9. Layout geométrico
O layout geométrico combina criatividade e funcionalidade, sendo muito adotado por varejistas que atendem millennials e a Geração Z.
Esse formato valoriza interiores com características arquitetônicas marcantes — como colunas estruturais, paredes em ângulos diferentes ou tetos com design especial — e pode destacar ainda mais esses elementos.
Displays e acessórios em diferentes formas e proporções ajudam a criar composições impactantes e reforçar a identidade da marca. No varejo de moda, é comum que esse tipo de layout seja combinado com estratégias de merchandising, como obras de arte, trilhas sonoras e fragrâncias, criando uma atmosfera que eleva a experiência do cliente.
Prós do layout geométrico:
- Cria um design de loja único sem alto custo;
- Ajuda a fazer uma declaração sobre os produtos.
Contras do layout geométrico:
- Pode ser muito excêntrico para produtos menos "modernos" (ou um público mais velho);
- Pode não ser a melhor opção para maximizar o espaço para exibir mercadorias.
10. Layout múltiplo ou misto
Você não precisa selecionar apenas um layout de loja. Alguns varejistas usam elementos de vários layouts para criar um espaço flexível de acordo com suas necessidades ou um layout misto. Uma combinação dinâmica de layouts diagonais, retos e angulares pode ajudar você a criar uma experiência envolvente, onde os clientes fluem naturalmente de uma área para outra.
Você pode partir de um layout principal e combinar outros conforme o espaço e o mix de produtos. Um exemplo comum é utilizar um layout em loop para guiar a circulação na área externa da loja e, no centro, aplicar grade ou fluxo livre para organizar categorias específicas. Grandes varejistas adotam essa lógica ao conectar diferentes ambientes por um corredor central.
Marcas como Renner, Riachuelo e C&A, por exemplo, alternam layouts conforme a categoria: áreas de moda feminina costumam ser mais próximas do fluxo livre, enquanto setores como beleza, acessórios ou underwear seguem uma grade mais estruturada. Lojas como a Tok&Stok também combinam loop e grade, criando espaços temáticos conectados por um percurso principal que orienta o cliente pelo showroom.
Essa mistura estratégica de layouts ajuda a criar “microlojas” dentro do mesmo espaço, destacando categorias, definindo atmosferas diferentes e facilitando o movimento dos clientes. Um corredor principal funciona como eixo de conexão, enquanto a ambientação visual — iluminação, cores e mobiliário — deixa claro onde cada ambiente começa e termina.
Dicas para seu layout de loja física
- Direcione os clientes para a direita
- Crie uma zona de descompressão
- Considere o fluxo de clientes
- Projete vitrines atraentes
- Crie paradas e pontos de permanência
- Exiba a quantidade adequada de produtos
- Reserve espaço para instalações
- Incorpore merchandising cruzado
- Atualize o layout regularmente
- Facilite o acesso ao caixa
- Incorpore recursos de corredor infinito
Direcione os clientes para a direita
Os clientes tendem a se direcionar para o lado direito ao entrar em uma loja, o que torna essa área estratégica para causar uma boa primeira impressão. Por isso, vale definir com cuidado os itens exibidos na chamada power wall: o primeiro ponto de atenção de quem chega.
Com esse comportamento em mente, o layout pode ser planejado para que o lado direito acomode elementos que facilitem a jornada, como cestos e carrinhos de compras. Também é importante prever uma área mais ampla nesse ponto de entrada, reduzindo a chance de congestionamento em momentos de maior movimento.
Expor produtos de grande procura ou campanhas especiais nessa região ajuda a aumentar a visibilidade. O power wall funciona como um espaço privilegiado para reforçar a marca e destacar novidades, criando um impacto imediato em quem visita a loja.
Procure encantar os compradores com os produtos da vitrine, como uma peça da estação, itens de alta demanda ou alta margem de lucro, ou aproveite esse pedaço da loja para contar a história por trás dos seus produtos.
Também é importante observar que você não deve basear todas as suas decisões de design de loja em pesquisas externas. Fazer suas próprias observações ajudará você a avaliar os padrões de tráfego de seus clientes.
Crie uma zona de descompressão
A entrada é o primeiro espaço que os clientes ocupam ao se aproximar da sua loja. Ela também é conhecida como "zona de transição" ou "zona de descompressão", e sua extensão varia de acordo com o tamanho do estabelecimento. É nela que os clientes se desconectam do mundo lá fora e experimentam o que você tem para oferecer.
Uma vez que a pessoa entra, ela passa pela zona de descompressão, ou seja, os primeiros 1,5 a 4,5 metros da loja. Trata-se de um espaço de transição, no qual o visitante faz uma leitura geral do ambiente. Por isso, itens colocados exatamente nessa área tendem a passar despercebidos
Também é na entrada que os compradores começam a julgar se uma loja é barata ou cara, e se o ambiente como um todo (iluminação, decoração, vitrines, paleta de cores) é convidativo. Como os clientes estão fazendo a transição para o universo do seu negócio, qualquer produto, sinalização ou cesta que você deixar na entrada passará despercebido por eles.
Os compradores na zona de descompressão ainda estão se ajustando ao ambiente e ignoram as mercadorias; portanto, evite colocar itens-chave aqui, como novos lançamentos ou produtos de alta demanda.
Considere o fluxo de clientes
O fluxo de clientes é o número de pessoas e padrões de compradores que entram ou passam por uma loja de varejo. Use esses dados para descobrir padrões de fluxo, áreas da loja visitadas com frequência ou não visitadas, número de visitantes e comportamento geral do cliente.
Você pode monitorar o fluxo de clientes de uma loja de algumas maneiras, incluindo:
- Observar o número de pessoas que entram na loja
- Analisar dados de compra
- Revisar um vídeo em time-lapse, se você tiver uma câmera na loja
Ao analisar quais áreas da loja estão tendo um bom desempenho e quais precisam de melhorias, é possível identificar se o design da loja está ajudando você a obter lucro ou resultando em vendas perdidas.
Depois de definir o layout ideal, o fluxo de circulação tende a acontecer exatamente como planejado, e isso se reflete diretamente no desempenho das vendas.
Por isso, é essencial entender o comportamento de quem entra na loja. As pessoas costumam seguir para a direita ou para a esquerda? Qual é o primeiro ponto que chama a atenção? Esses movimentos iniciais determinam quais produtos ou displays devem estar em destaque logo na entrada, garantindo que suas mercadorias mais atraentes sejam vistas imediatamente.
Você pode usar ferramentas de análise de tráfego de pedestres para avaliar como os compradores fluem pela sua loja, ou simplesmente prestar atenção e observar para onde as pessoas vão e o que elas olham quando entram na sua loja.
Se ao observar o fluxo de circulação você descobrir que muitas áreas da sua loja não estão recebendo nenhum tráfego de compras e o estoque não está se movendo, pode reavaliar todo o design da sua loja ou apenas o layout dessa área específica para melhorar o fluxo de clientes.
Projete vitrines atraentes
Sua vitrine de varejo é um dos primeiros pontos de contato de um cliente em potencial com sua loja. Ao criar a sua, você está competindo com outras lojas locais e grandes lojas de varejo. Uma vitrine bem projetada pode ajudar a separar seu negócio dos concorrentes e aumentar o tráfego de pedestres na loja.
Use vitrines de loja para contar a história da sua marca e chamar a atenção dos transeuntes.Com uma vitrine bem planejada, as pessoas têm mais chances de parar, observar e entrar na loja, o que aumenta as oportunidades de interação e conversão.
Crie paradas e pontos de permanência
Depois de tanto trabalho para organizar e apresentar seus produtos, é frustrante ver clientes passando direto por itens importantes, o que reduz o potencial de vendas.
Quando os acessórios e displays têm aparência semelhante, alguns produtos acabam perdidos no visual geral da loja. Para evitar isso, muitos varejistas recorrem a elementos que funcionam como pequenas interrupções no trajeto do cliente, fazendo com que ele diminua o ritmo e preste atenção ao que está ao redor. Esses pontos de pausa podem ser criados com sinalizações estratégicas, bancadas especiais ou qualquer recurso que destaque um conjunto de itens.
Um exemplo é o uso de sinalizadores de prateleira. Como se projetam para fora da gôndola, chamam o olhar e fazem o cliente parar. Ao interromper esse movimento automático, aumentam a chance de que a pessoa explore o restante dos produtos dispostos naquele espaço.
Outra prática comum é posicionar displays próximos ao fim ou entre os corredores. Esses destaques adicionais ampliam o interesse visual e estimulam compras por impulso, especialmente quando reforçam a relação entre produtos complementares.
Exiba a quantidade adequada de produtos
Definir a quantidade ideal de produtos em exposição pode ser um desafio. Embora um volume maior no salão de vendas possa elevar as chances de conversão, o excesso de itens tende a diminuir o valor percebido, algo que impacta especialmente boutiques e varejistas de posicionamento premium.
A quantidade adequada varia conforme o tamanho da loja, o tipo de experiência que se deseja proporcionar e a forma como a marca pretende ser percebida.
Em boutiques de alto padrão, o mais eficaz é trabalhar com uma curadoria enxuta, exibindo poucas unidades por vez para reforçar exclusividade. Já varejistas voltados para preços competitivos costumam aproveitar cada centímetro disponível para expor o máximo possível de produtos, reforçando variedade e oportunidade.
Reserve espaço para instalações
A escolha entre prateleiras cheias ou exposições mais espaçadas depende do seu público-alvo e do tipo de experiência que deseja proporcionar. Cada formato pede uma lógica própria de apresentação.
Mesmo que a loja não tenha corredores definidos, vale organizar os produtos de forma intuitiva para quem está circulando pelo espaço. Também é recomendável posicionar itens de alta demanda ao nível dos olhos e deixar produtos de menor margem acima ou abaixo desse ponto.
Para manter a sensação de renovação para clientes frequentes, altere a posição dos “obstáculos” com regularidade: semanalmente ou no intervalo que fizer sentido para o seu negócio.
Outro ponto essencial é garantir conforto ao circular: ninguém deve sentir que precisa se apertar ou correr o risco de esbarrar em móveis, prateleiras ou displays. Espaço pessoal adequado melhora a experiência e favorece as vendas.
Incorpore merchandising cruzado
O merchandising cruzado — ou colocação secundária de produtos — é uma estratégia eficaz para apresentar itens complementares lado a lado e estimular compras adicionais.
Se a loja vende jeans, por exemplo, uma mesa com modelos dobrados ao lado de uma arara de blusas facilita a composição do look. No caso de tênis de corrida, vale posicionar meias e shorts por perto. Quando essa combinação funciona, a probabilidade de vendas adicionais cresce, assim como o ticket médio.
Atualize o layout regularmente
Manter seus displays e o sortimento de mercadorias sempre atualizados incentiva os clientes a conferir novidades com frequência.
A periodicidade dessas mudanças depende da chegada de novos lotes, da sazonalidade dos produtos e da frequência de retorno dos compradores. Em muitos casos, vale testar rotações semanais ou quinzenais para avaliar o impacto nas vendas.
Sempre que novos itens chegarem, é essencial colocá-los em destaque imediatamente, preferencialmente em áreas de maior circulação. O objetivo é evitar que a loja pareça previsível demais, fazendo com que os clientes deixem de se interessar em entrar.
Facilite o acesso ao caixa
A localização do balcão do caixa em uma loja física é um quesito importante. Onde o sistema de PDV é instalado influencia diretamente a fluidez da operação.
O posicionamento mais estratégico costuma ser no lado esquerdo da loja, ponto onde muitos clientes finalizam o percurso — grande parte das pessoas circula em sentido anti-horário. A equipe precisa ter visibilidade do ambiente e, ao mesmo tempo, estar disponível para concluir vendas com agilidade.
Para quem trabalha sozinho, a visibilidade é ainda mais importante para reduzir riscos de furtos ocasionais. Por isso, vale considerar esse aspecto de segurança ao definir a localização do caixa
Se sua loja tiver um espaço grande, configure alguns pontos de checkout ou dê à sua equipe um PDV móvel para registrar vendas em qualquer lugar. Isso ajuda durante os horários de pico, pois evita que as filas fiquem longas.
Confira abaixo outras dicas para a disposição do caixa em lojas físicas:
- Tenha um balcão grande o suficiente para os compradores apoiarem bolsas e/ou pertences;
- Aproveite a parede atrás do balcão para criar painéis interessantes e convidativos;
- Incentive as compras por impulso, exibindo próximo ao balcão produtos que os clientes desejam ou precisam no dia a dia;
- Seja educado e pergunte: "Encontrou tudo o que você precisava?";
- Na área do balcão, sinalize explicitamente as políticas de troca e reembolso da loja.
Incorpore recursos de corredor infinito
Uma loja pequena não precisa limitar o alcance do seu catálogo. Instale telas digitais ou quiosques com Shopify PDV ao longo do espaço.
Esses dispositivos permitem apresentar todo o sortimento da marca, incluindo itens indisponíveis no momento. Funcionam como uma extensão das prateleiras físicas, oferecendo navegação e compra de produtos que estão online ou em outros pontos de venda.
Posicione-os próximos a categorias relacionadas ou no fim dos corredores, onde os consumidores costumam buscar alternativas. Em uma loja de roupas, por exemplo, um quiosque perto dos provadores facilita solicitar outros tamanhos ou cores quando algo não está disponível em estoque.
Exemplos de layout de loja física
Criar o layout ideal pode parecer trabalhoso, especialmente quando a rotina de uma pequena empresa exige atenção a várias frentes ao mesmo tempo. Ainda assim, o processo pode ser leve e até estimulante.
O mais importante é que o layout não precisa ser definitivo. Você pode ajustar, testar novas ideias de merchandising e observar o que realmente traz resultado para o seu negócio. A seguir, quatro exemplos reais de layouts de loja para servir de inspiração.
Linus
A Linus é uma marca nativa digital e sustentável, responsável por desenvolver a primeira sandália de plástico vegana do Brasil.
Na Casa Linus, sua loja física, o layout segue o modelo de fluxo livre, permitindo que os clientes circulem sem um trajeto pré-definido e explorem tanto as sandálias quanto os acessórios complementares da marca. Bancos distribuídos pelo espaço incentivam a experimentação, enquanto a paleta de cores alinhada aos produtos cria um ambiente acolhedor e contemporâneo.
Sallve
A marca de dermocosméticos Sallve tem uma loja física pensada como um espaço de experiência. Com um layout em estilo boutique, o ambiente incentiva a exploração natural: áreas de experimentação espalhadas pela loja, laboratórios visíveis ao público e até um espaço externo para eventos.
Melhore seu layout de loja com essas ideias
Planejar o interior de uma loja é um processo contínuo, que exige ajustes frequentes para tornar a jornada do cliente mais fluida e agradável. No fim das contas, todo esse trabalho busca criar uma experiência que realmente fique na memória.
Ao definir o layout do seu espaço de varejo, considere o tipo de produto que comercializa, o comportamento que deseja estimular e a metragem disponível. Lojas com grande variedade tendem a aproveitar melhor o layout em grade, enquanto espaços com sortimento reduzido funcionam bem com o fluxo livre. Quando a ideia é que os clientes desacelerem e circulem com mais atenção, uma combinação entre o layout em loop e o fluxo livre pode ser uma boa escolha.
Lembre-se de que esse processo envolve experimentação. Pode ser necessário testar diferentes arranjos até encontrar o que funciona melhor para a sua loja. Caminhe pelo espaço e observe para onde os elementos visuais conduzem o olhar; repita esse exercício com funcionários (se houver), além de amigos e familiares, e peça avaliações sinceras.
Observe também o comportamento dos clientes: o que desperta interesse, quais áreas eles evitam, como se movimentam e de que forma essas reações se relacionam com o que foi planejado.
Com atenção constante e disposição para ajustar o que for preciso, o layout da loja tende a evoluir para algo mais eficiente, tanto para o negócio quanto para quem visita.
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Perguntas frequentes sobre layout de loja física
Como criar um layout de loja?
Para criar um layout de loja:
- Analise o fluxo de clientes
- Projete conforme "a curva à direita" na entrada da loja
- Adicione uma zona de descompressão
- Considere vitrines e displays
- Adicione pausas e pontos de permanência
- Deixe espaço para instalações
- Elabore um planograma
Quantos tipos de layouts de loja existem?
Existem aproximadamente 10 tipos diferentes de layouts de loja, incluindo grade, espinha de peixe, loop ou circuito, fluxo livre, boutique, reto ou espinha dorsal, diagonal, angular, geométrico e layout de loja múltiplo ou misto.
Qual é o layout de loja física mais comum?
Layouts de grade são os mais comuns em lojas de varejo. No entanto, eles são mais eficazes quando há um amplo espaço disponível. Lojas menores podem optar por layouts com fluxo livre ou boutique.
Quais são as cinco etapas ao planejar um layout de loja?
As cinco etapas ao planejar um layout de loja são:
- Conheça seu público-alvo
- Escolha o tipo de layout que melhor se adapta ao seu espaço e mercadorias
- Escolha os displays e acessórios de mercadorias apropriados
- Teste seu layout de loja e colete feedback
- Refine seu layout e finalize seu plano
Como a disposição dos produtos na loja influencia as vendas?
Produtos bem posicionados no layout da loja física facilitam a navegação e destacam itens estratégicos. Por exemplo, colocar produtos de alto giro em locais de fácil acesso pode aumentar as vendas, assim como itens do dia a dia próximos ao caixa viabilizam compras por impulso.


